quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cuba opta pela monarquia

Cuba opta pela monarquia

Gerhard Erich Boehme


Acordei de um pesadelo...

Após algumas noites mal dormidas, contas atrasadas e muitos impostos para pagar, acordei no dia de hoje animado, lá fora estava um lindo dia de verão, com um típico “céu de inverno curitibano”, explico: céu azul, um azul quase metálico, o que é raro nesta época do ano.

Curitiba fica sempre muito linda quando estamos na Lua cheia, céu azul, no inverno os veranicos, no verão dias maravilhosos para um passeio no parque ou uma bela churrascada com amigos. Lua cheia, dizem os alemães daqui, não esquecer de gelar no mínimo um engradado de Eisenbahn, de Bohemia ou de Original.

Como Cuba mudou, agora uma monarquia?

Ni ki” - como dizia meu filho mais novo, isso na época em que ele estudava no Estadual - abro a minha revista semanal, a data da edição é de 23 de janeiro de 2015, fico impressionado com uma matéria, a qual aborda a Cuba atual: uma monarquia, um dos países com a melhor qualidade de vida, superando até mesmo a Costa Rica. Um país aberto ao mundo, o que inclui também os norte-americanos.

Como fiquei tanto tempo sem receber notícias de lá?

Notícias de amigos? Inclusive de alguns amigos que tinham sua família dividida, alguns em prisões políticas – uma vergonha que não era comentado no Brasil - outros no interior, na miséria quase que absoluta, com seu bifinho mensal e os sobreviventes, que, como se diz na Alemanha; fizeram a América. Conseguiram escapar dos tiros, dos tubarões e dos informantes de Castro.

Como? O que aconteceu?

Cuba sofreu uma incrível mudança, isso em uma época em que os países da América Latina mais se aproximavam de um totalitarismo, com bem nos escreveram Plinio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa, autores do Manual do Perfeito Idiota Latino Americano e de um sucesso mais recente, o livro A Volta do Idiota - dois livros de leitura quase obrigatória em Cuba, país que comprovou serem verdadeiras as razões do atraso da América Latina - termina com a recomendação de dez livros que, segundo os autores, servem para a cura da idiotia.

Um fato curioso, em Cuba da atualidade, os adolescentes, ao se formarem no ensino fundamental, ganham de seus professores três livros, que por razões óbvias são hoje os mais lidos em Cuba, perdendo apenas para a Bíblia, são eles:

1. Riqueza das Nações de Adam Smith

2. A Nova riqueza das Nações de Guy Sorman

3. O Caminho da Servidão de Friedrich August von Hayek
(http://rodrigocons tantino.blogspot .com/2007/ 04/o-caminho- da-servido. html)

Mas o mais curioso é o fato que tais livros são lidos sempre antes de se formarem, seja dos irmãos mais velhos, tomados às escondidas dos pais ou emprestados fortuitamente de parentes ou vizinhos. Virou uma tradição das novas gerações, gerações estas que não estão mais acostumadas com qualquer tipo de proibição injustificada. A brincadeira- presente, além de uma tradição, serve para lembrá-los do que eram obrigados e o que não se podia ler, isso durante o período em que foram subjugados por um regime tirano e opressor.

Como tudo começou?

Tudo ocorreu a partir de um Congresso com as principais lideranças do país, inclusive as políticas, não um Encontro, um Seminário ou Simpósio, que no Brasil muitos ainda não sabem diferenciar, que reuniu as principais lideranças cubanas de 2009. Deste Congresso foi decidido, ante ao fracasso do socialismo de mais de meio século, que deveria ser privilegiada a liberdade, tomaram a decisão de adotar para Cuba como princípio norteador a liberdade – entendido como o valor mais alto, o fiador da dignidade humana, a base da democracia e do progresso econômico e social. O Lema em Cuba passou a ser então: Liberdade e Propriedade, Liberdade e Sociedade Civil e, finalmente Liberdade e Estado de Direito.

E monarquia?

Sim, inclusive com a decisão norte-americana de revender Guantánamo à Família Real. Não a Guantánamo que é uma cidade do Sudeste de Cuba, a capital da província de Guantánamo onde o ponto forte é hoje a economia que tem sua base na geração de uma infinidade de produtos que antes eram exportados na sua forma primária, sem valor agregado, resultantes da cultura do açúcar e do algodão. Mas a Guantánamo que foi território dos Estados Unidos por mais de um século, a qual foi simbolicamente readquirida pela Família Real por US$ 4,085,00/ano, agora também reconhecida também como cubana.

Cuba é hoje uma monarquia, isso mesmo, uma monarquia, a qual tem como seu chefe o Rei Juan Carlos I, cujo nome de batismo é Juan Carlos Alfonso Víctor María de Bourbon y de Bourbon. – Mas esse é o Rei de Espanha? Logo me perguntariam os mais apressados.

Isso mesmo, Sua Majestade o Rei de Espanha, de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, da Sardenha, da Córsega, de Córdova, de Múrcia, de Jaen, de Algeciras, das Ilhas Canárias, das Índias Orientais e Ocidentais e das Ilhas e Terra Firme do Mar Oceano, Arquiduque de Áustria, Duque de Borgonha, de Brabante (nos Países Baixos), de Milão, de Atenas e Neopatria, Conde de Habsburgo, de Flandres, do Tirol, do Roselão e de Barcelona, Senhor de Biscaia e de Molina é também agora o Rei de Cuba, a quem cabe o dever constitucional de nomear e assessorar o Governador Geral de Cuba.

Mas como isso ocorreu?

Uma simples decisão, muito debate político e um plebiscito nacional. Inicialmente neste Congresso ficou decidido que seria convidado S.A.I.R. Dom Luiz de Orlean e Bragança - Chefe da Casa Imperial Brasileira, a quem caberia levar à frente, consultivamente, os trabalhos de uma comissão de constituintes cubanos, no sentido que apresentarem um modelo similar ao adotado pela Nova Zelândia, Canadá ou Austrália, o que foi reconhecido, por ocasião deste Congresso de Líderes, como um dos fatores de sucesso e estabilidade política destes paises que também optaram pela monarquia constitucional.

Em resumo, Cuba passou a ser uma democracia parlamentar independente. O país é hoje oficialmente uma monarquia constitucional, do qual o Chefe de Estado titular é o Chefe da Casa Real de Espanha, que é representado na Ilha de Cuba pelo Governado Geral.

Foi resultado de um trabalho árduo, mediado pelo Chefe da Casa Imperial Brasileira, que culminou com um sistema que em pouco tempo levou o sucesso a Cuba e a consolidou como nação. Cuba é parlamentarista, possui hoje um parlamento cujos membros representam os distritos eleitorais, do qual alguns são reservados à população residente em outros países e que manifestaram interesse em manter a cidadania e até mesmo em retornar ao país natal, os outros são selecionados de listas de candidatos dos partidos, para produzir um resultado proporcional. Uma consequência do novo sistema é que os partidos maiores agora precisam do apoio dos partidos menores para formar os governos de coalizão. Além de ter sido introduzido o voto distrital, que dá importante contribuição à fiel observância do princípio da subsidiariedade, os cubanos passaram a ter eleições de seus representantes nos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, sem contar que conta com o poder moderador através da figura do chefe da Casa Real.

Dessa Câmara são selecionados os membros de um gabinete executivo de 20 membros, que é dirigido por um primeiro-ministro, foi a fórmula criada para conviver com a multiplicidade partidária que foi criada após o término de um regime ditatorial e sanguinário.

Não só S.A.I.R. Dom Luiz de Orlean e Bragança é hoje reconhecido em Cuba, muitos outros brasileiros, em especial empresários. A inserção brasileira na economia foi fantástica, Hoje a ALL – América Latina Logística desenvolve importantes atividades na área de transportes, em especial com uma nova Rede Ferroviária que corta o país. A Clealco, uma das empresas brasileiras na área de açúcar e álcool é um dos mais importantes grupos em atuação no país, com fortes parcerias, não só com os produtos tradicionais, mas uma infinidade de subprodutos, atingindo uma gama enorme de produtos que possuem como característica principal a agregação de valor, tal qual a alemã Melitta (http://www.melitta. de/ ) se caracterizou a partir do café. O conceito utilizado foi o mesmo, chamado hoje em Cuba como “Bananada da Vovó”.


Na época ficaram impressionados como a empresa alemã, que produzia além de uma diversidade enorme de cafés, também café solúvel, extrato concentrado de café, óleo de café, usw., mais de 300 produtos, sendo destes 17 fármacos, todos só do café, em que pese não ser produzido café na Alemanha, conseguiam empregar tantas pessoas e gerar tanta renda e riqueza.

“Bananada da vovó” é o termo que significa hoje em Cuba agregar valor a um produto, gerando emprego, renda e riqueza. O que invariavelmente leva também a uma menor concentração de renda.


Cuba supera o turismo tradicional

Na área do turismo, Cuba também teve um desenvolvimento fantástico, inclusive o turismo doméstico, antes proibido aos nativos, além de investimentos norte-americanos e canadenses, tiveram forte investimento alemão e em especial espanhol, mas uma questão de sucesso neste desenvolvimento foi que conseguiram eliminar a discriminação espacial que se caracteriza como um dos grandes problemas de Cuba durante o socialismo, na Costa Rica, no Brasil e em tantos lugares do mundo.

Para combater a discriminação espacial, asseguraram a implantação e implementação da Agenda 21 Local e de Planos Diretores na totalidade das cidades, com o compromisso de se manter nas cidades litorâneas áreas reservadas para associações que são gerenciadas por comunidades de bairros, comunidades religiosas e principalmente pelas associações de pais e mestres das escolas fundamentais de todo país. Esta solução fez com que ao lado de cada uma das belas residências de suecos, coreanos, usw. tivesse também uma Colônia de Férias de uma escola e ao lado destas uma residência de uma família cubana. Corrigiu-se um grave erro que era visto na Costa Rica, que embora sempre foi reconhecida pela sua liberdade, não possuia um planejamento que evitasse, como bem nos lembrava o escritor o jornalista Luiz Carlos Azenha, quando denunciava o que se faz com ela: a Costa Rica, foi posta à venda.

Combate à discriminação espacial

Escrevia ele sobre a Costa Rica, que oitenta por cento das áreas nas praias mais populares do país, especialmente na costa do Pacífico, foram adquiridas por estrangeiros - principalmente americanos. Depois de comprar o Alasca, os Estados Unidos estavam comprando seu próprio paraíso tropical. Quem encomendava as placas anunciando projetos imobiliários nem se preocupa em anunciar em espanhol. Era tudo em inglês.

A Costa Rica, até o restabelecimento da monarquia em Cuba, era apontada como um sucesso no que se refere à defesa da liberdade e às conquistas sociais, onde todos os indicadores sociais, os quais, mesmo comparados com Cuba, eram os melhores. Vale lembrar que em Cuba durante o seu regime de opressão, estes muitas vezes, ou melhor, na maioria das vezes eram propositada e ideologicamente alterados ou de difícil comprovação. A começar pelos indicadores relativos à corrupção e ao exercício da liberdade, uma vez que os demais comprovadamente decorrem destes dois, da liberdade de empreender em especial.

Sucesso dos brasileiros em Cuba

Algumas personalidades brasileiras se destacaram no cenário cubano, uma delas foi a escritora Marli Nogueira de Brasília DF e a outra foi a renomada socióloga brasileira Maria Lucia Victor Barbosa, requisitada para palestras em todas as universidades.

A Sra. Marli Nogueira se notabilizou pela frase utilizada no Congresso:

“O Estado não deve, de forma alguma, fazer aquilo que os cidadãos também não possam fazer. Isso é autoritarismo puro. Ao contrário, só se pode atribuir ao Estado tarefas que os próprios cidadãos possam cumprir, mas que não é desejável que as cumpram sozinhos (seja porque isso sairia muito caro, seja porque não teriam forças para executá-las). O Estado nada mais é do que o resultado da transferência de poder dos indivíduos para uma entidade que os represente em suas próprias ações. E ninguém pode transferir o que não tem.” (Marli Nogueira)

Tanto desenvolvimento em curto tempo

Mas como Cuba teve em tão pouco tempo, tanto desenvolvimento?

Inicialmente se esperava que seria devido ao retorno de cubanos, com suas economias conquistadas após conseguirem a liberdade e o sucesso nos Estados Unidos, no México e em tantos outros países, mas não.

Tecnologias “Bananada da vovó” exportadas para o Brasil

Um ponto positivo foi a instalação de empresas em Cuba com o conceito de se agregar valor aos produtos, sendo curioso o caso de uma empresa brasileira, constituída a apartir de dois grandes grupos, o Grupo Ongaratto e o Grupo Magario, do Vale do Ribeira em São Paulo/Brasil, uma empresa liderado pelo empresário Edison Rokuro Magario, que não tinha nenhuma tradição neste campo, que exigiu investimentos em gestão, inovação e criatividade.

Este Grupo formou algumas importantes parcerias com cooperativas cubanas, se empenharam em desenvolver, industrializar e comercializar todo tipo de produto possível a partir da banana. Este fato inclusive foi interessante, provocou a necessidade da aplicação desta tecnologia cubana no Brasil, levando também ao desenvolvimento uma das mais pobres regiões do Sul e Sudeste brasileiro, o Vale do Ribeira, formado por 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas), embora existem ainda outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no estado de São Paulo, que podem também ser apontados como pertencentes ao tal Vale do Ribeira.

A realidade do Vale do Ribeira anterior ao repatriamento da tecnologia era de uma região marcada por:

1. nenhuma tradição de cooperativismo,

2. um mercado reconhecido como formado pelo oligopólio de produtores de banana,

3. baixíssima agregação de valor ao produto, inclusive as balas e confeitos de banana comercializados ao longo da BR-116 - Autopista Régis Bittencourt, rodovia que liga São Paulo a Curitiba, eram produzidos em Santa Catarina ou na região de Paraibuna e outras do interior de São Paulo, mesmo sendo o Vale do Ribeira um dos maiores produtores de banana – não conheciam a “Bananada da Vovó”,

4. alto desperdício e perda de produção, superior a 20%, nada se fazia com partes de cachos de banana que eram desprezados no carregamento para o CEAGESP, que era o destino certo dos produtos,

5. altamente concentrador de renda e riqueza e com baixa geração de empregos.

6. a contratação de empregos se dava de forma informal e exigia pessoas de baixa escolaridade.

A produção do “Traquitana

Outro fator que impulsionou o crescimento cubano foi a instalação da SEAT, uma empresa do setor automotivo, pertencente ao Grupo Volkswagen. Neste campo, o automobilístico, foi surpreendente o sucesso alcançado com um veículo denominado “Traquitana”.

“Traquitana”, um veículo extremamente simples, com estrutura tubular, desenvolvido pela SEAT em parceria com empresa brasileira Tecnologia Automotiva Catarinense (TAC). A TAC no Brasil teve alguns anos antes um sucesso surpreendente com o seu veículo Stark, um veículo 4x4.

Uma revolução em Cuba

Com o “Traquitana”, houve uma verdadeira revolução em Cuba, pois o veículo além de lá ser acessível a quase toda a população, possuia alguns conceitos inovadores e uma versatilidade de arranjos que até então só se tinha visto no Smart, da Daimler Benz. Hoje o “Traquitana” é exportado para todos os países da América e mercados da África e Oriente Médio, muito embora encontre em muitos países a limitação de não poder trafegar em autoestradas ou de transitar em cidades com população superior a 40mil habitantes, que foi o caso do Brasil.

O “Traquitana” é hoje produzido em inúmeras versões, Bug, táxi, camioneta, camionete, usw.. Acredito que com alguns kits especiais pode-se ter mais de 20 versões diferentes. Deixou o nosso fusquinha para trás mesmo.

No campo da gestão no campo, foi sucesso o apoio de algumas cooperativas norte-americanas e brasileiras, com destaque para a COCAMAR, que lá auxiliou na construção de um importante centro agro-industrial. Com o cooperativismo, a produção agrícola cubana assegurou seu sucesso e sua independência de grandes grupos transnacionais.

Desenvolvimento no campo da Energia

Outro sucesso partilhado com o Brasil foi a implantação de múltiplas soluções no campo da energia, com destaque à participação de tecnologias neste campo desenvolvidas ou indicadas pelo engenheiro Thomas Renatus Fendel (http://www. fendel.com. br/), autor do bestseller “Brasil, até quando?”. Um bestseller que não foi lido pelas autoridades brasileiras, estas infelizmente mais preocupadas com o capitalismo de comparsas e com o socialismo de privilegiados que praticam do que com o desenvolvimento de seu país. O autor, engenheiro mecânico, havia desenvolvido a teoria que se tornou realidade em Cuba, a da ENERNET, ele que havia percebido que andar com biocombustíveis significava limpar a atmosfera, isso muito antes de se falar no assunto.

Felizmente teve seu merecido sucesso fora do Brasil, um caso que no Brasil, por força de uma cultura, a qual outro autor de sucesso, o Luciano Pires (www.lucianopires. com.br) define muito bem nos personagens de se bestseller.

Cuba foi o primeiro caso de sucesso com sua ENEREDE, onde termoelétricas e pequenas centrais hidrelétricas compartilham a produção de energia elétrica com centenas de milhares de pequenos equipamentos de cogeração.

Uma Estação Terrestre Internacional

Também, por conta de inúmeras tecnologias no campo dos biocombustíveis, aeólica e das barragens de marés - utilizam a diferença entre os níveis de água na maré alta e baixa para gerar eletricidade - desenvolvidas em conjunto com empresas alemãs, Cuba se destacou por completo no campo da produção de tecnologias alternativas. Neste ponto podemos considerar que foi extremamente atrativo para os países europeus, pois concentraram alguns centros de desenvolvimento em Cuba. Desta forma Cuba se tornou um importante centro internacional, algo parecido com o que foi realizado por dezesseis nações, quando trabalharam juntas para construir a Estação Espacial Internacional. Por força desta concentração a Universidad de Haifa (Israel) criou lá um campus avançado.

Rejeição a oligopólios e monopólios

Mas entre as inúmeras razões de sucesso de Cuba, com seu retorno à monarquia, foi o de rejeitarem qualquer tipo de monopólio ou oligopólio, mesmo estatal, a título de exemplo, mesmo sendo uma ilha, com uma área de 110.861 km², aproximadamente igual a metade do estado de São Paulo, passou a ter três empresas de refino e distribuição de derivados de petróleo que competiam entre si, acarretando produtos de qualidade e preços atrativos. O único imposto cobrado sobre combustíveis é atualmente de no máximo 20%, nada comparável com o praticando no Brasil, onde se compra impostos e se ganha menos da metade em gasolina. E um detalhe importante, estes recursos são destinados única e exclusivamente na produção de energias alternativas, incluindo a pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias. E nada de se aceitar o empreguismo ou manter estruturas ineficazes como no Brasil.

Desenvolvimento do setor automobilístico

Para um país que estava acostumado com os carrões norte-americanos dos anos 50 e os não menos beberrões soviéticos, podemos dizer se tem uma área que Cuba revolucionou o mundo foi a de automóveis, além do “Traquitana”, atualmente é generalizada a busca de nomes entre seus 169 municípios e suas catorze províncias para batizarem os nomes dos carros conversíveis em todo mundo, um processo iniciado com a Volkswagen que passou a denominar as novas versões de seu Eos com o nome de Cayo Levisa. Atualmente todo lançamento de um veículo conversível é feito, por tradição, em Cuba. Garantia de sucesso e de renda também para seus 169 municípios.

Jogo do Bicho Legal

Jogo de bicho legal?! Legal? Segundo a lei?

Isso mesmo. Legal nos dois sentidos.

Em Cuba foi criada uma estrutura no mínimo interessante para a legalização do jogo do bicho, cuja tecnologia foi importada também do Brasil. O Barão de Itararé iria ficar contente.

Hoje é também um livro de sucesso o "Jogo do Bicho: Como Jogar, Como Ganhar!" do escritor Ari Madureira, que no Brasil era vendido pela Ediouro.

Fiquei impressionado com o interesse, pois até então eu conhecia pouco sobre o jogo, que como sabemos é ilegal no Brasil. Mas poderia até mesmo ser um produto de exportação se não fossemos tão, digamos, ideologicamente estressados ou merecedores de constar do livro "A volta do Idiota" (http://rodrigoconst antino.blogspot. com/2007/ 12/volta- do-idiota. html), bem como merecedores de constar no livro do Luciano Pires.

"No meio de qualquer dificuldade encontra-se a oportunidade. " (Albert Einstein)

Para simplificar, a estrutura básica conta com um equipamento, baseado em um microcomputador similar ao que as empresas de saneamento e energia utilizam para emissão do cupom de pagamento, isso feito em campo pelos leituristas/ faturistas. Com este equipamento e aplicativos (softwares) apropriados, o "faturista"/ bicheiro carrega e descarrega a máquina em lotéricas, como as da nossa Caixa Econômica Federal, lojas conveniadas ou ainda pela Internet.

Desta forma os cubanos tornaram mais uma atividade, que restringe a liberdade dos brasileiros, em uma atividade legal e o que é importante, tributada. Legal, legal e legal. Aqui sustenta policiais desonestos e políticos corruPTos ou trucanos.

Enquanto isso no Brasil aos atuais "bicheiros" em vez das propinas e dos corruPTos e trucanos que alimentam, poderiam ter o cadastramento dos mesmos e assegurar a tributação "on line", indo os atuais recursos para o Estado e não para aqueles que se apoderam do Estado para exercer atividades ilícitas ou tornadas ilícitas pela conveniência.

Justificativas para tamanho sucesso em Cuba

Podemos resumir em duas palavras: Liberdade e Propriedade.

Isso mesmo, a população cubana passou a reconhecer que os direitos à propriedade são a base para a liberdade e a responsabilidade individual. Além disso reconheceram que a propriedade é uma força motora do desenvolvimento econômico e social, dando aos cidadãos um espaço para que eles tomem as suas próprias decisões sem a intervenção de terceiros. Ao contrario da maioria dos países da América Latina, onde a erosão da ordem social da livre iniciativa e a transformação em uma sociedade de pessoas que vivem de renda e transferências estatais, os cubanos apostaram na liberdade.

Com o restabelecimento da liberdade em Cuba, também foram restabelecidos alguns princípios e valores, no ordenamento da sociedade os cubanos observaram algumas propostas que se mostram eficazes:

1. Aumentar o número de proprietários de terra e moradias;

2. Fortalecer a geração de capital,

3. Promover a participação de todos no capital das empresas, com prioridade às cooperativas,

4. Eliminar obstáculos à independência empresarial,

5. Encontrar novas políticas de privatização de modo garantir que a propriedade seja mais amplamente distribuída,

6. Reformar os sistemas de segurança social que dão incentivos à manutenção da dependência dos cidadãos, transformando a dependência em um modo de vida.

7. Assegurar a baixa tributação, de forma a não escravizar o cidadão.

Também observaram propostas que asseguraram:

1. Privatização e parcerias público-privadas, onde o poder público ou o bem público deve se fazer presente.

2. Redução da burocracia, com a reforma administrativa, análise de performance via custo/benchmarking, implementação em nível local do desenvolvimento democrático e e-government,

3. Descentralizaçã o, com mais podres e mais recursos finaceiros para os municípios em um contexto de Estado reduzido, mas forte nas suas atribuições fundamentais.

4. privilegiar a administração pública segundo critérios de competência e não de acomodação política ou apadrinhamento, inclusive na indicação de profissionais através de empresas de headhunters, que no Brasil só foi tentado em Maringá. A importância regional de Maringá mereceu o devido cuidado na administração de Ricardo Barros, com a instituição do Metroplan, que reuniu profissionais da engenharia, arquitetura e urbanismo para pensar e desenvolver soluções para o desenvolvimento de Maringá e das cidades vizinhas, que formam uma região metropolitana.

E por fim, por acreditarem que não há liberdade sem Estado de Direito que respeite os direitos humanos. Finalmente os cubanos entenderam que somente no Estado de Direito políticos, servidores e funcionários, empresas e todos os cidadãos estão subjugados à lei de maneira igualitária. Depois de algumas gerações, onde os cubanos tiveram que se submeter a uma ordem onde não havia tribunais independentes que garantissem que ninguém precisaria obedecer a decisões arbitrárias de poderosos, os cubanos passaram a entender que o Estado de Direito cria um ambiente permanentemente estável, em que o indivíduo pode agir com responsabilidade, mantendo-se a autonomia e a esfera privada imaculadas, deste modo protegendo as pessoas contra intervenções do Estado.

Felizmente hoje em Cuba é uma realidade a defesa do Estado de Direito que assegura a proteção à vida, à integridade corporal, à segurança, à liberdade e a propriedade dos indivíduos.

Foi marcante o fato dos cubanos rejeitarem todo tipo de leis detalhistas ou de uma legislação excessiva em nome da segurança, da igualdade social,ou do meio ambiente, pois entenderam que limitam o espaço particular do cidadão e sufocam a liberdade individual.

Ficaram aterrorizados com a Constituição Brasileira e com a parafernália de leis que temos no país. Logo entenderam as razões pela quais o Brasil é um dos países mais injustos do mundo.

Adotaram também as seguintes propostas:

1. Desburocratizaçã o e simplificação da legislação, isso como forma de assegura a justiça possa alcançar a todos e não onerar o Estado, ou melhor, o bolso do contribuinte.

2. Independência do judiciário, inclusive da polícia judiciária, que no Brasil é conhecida como Polícia Civil e que inclui também a Polícia Técnica, responsável pelos primeiro passo da justiça, em especial na área criminal.

3. Combate à corrupção,

4. Proteção à propriedade privada, não aceitando leis e regulamentos que visam tirar do cidadão a decisão sobre seus bens,

5. Proteção da esfera privada e dos direitos individuais de liberdade diante da conflitante prioridade dos interesses de segurança,

6. Proteção de informação e autodeterminaçã o informacional.

Acenderam a luz!

Que pena, eu estava somente sonhando. Infelizmente Castro ainda está no comando da ilha-prisão (Com hífen?) ou seria da ilhaprisão, pois já se vão mais de 50 anos, é um sinônimo. Cuba infelizmente não é referencial para nada, a não ser para servir de inspirações aos idiotas ou pocotós brasileiros, ideologicamente estressados e que para lá ainda não foram, para conhecer a triste realidade que um socialismo produz na prática, mesmo diante de um país que possui um enorme potencial.

Quem acendeu a luz?

Quero que ele me responda uma pergunta intrigante:

Como pode Cuba, sendo uma ilha, ter uma das produções mais baixas do mundo de pescado, e isso enquanto sua população comprovadamente sofre carência de proteína animal?

Será que o Chico Buarque poderia responder? O Oscar Ribeiro de Almeida N. Soares Filho? O Mino Carta? Quem sabe o Laerte Braga? Ou o Carlos Alberto Libânio Christo? Ou será que o Leonardo Boff com sua oclocracia saberia me responder? Quem sabe o chefe do clientelismo nacional, o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa? Ou o personagem principal do bestseller de Ivo Patarra?

Quem acendeu a luz? – O meu sonho estava tão bom...

Bem que podia ser verdade, mas infelizmente, por conta de uma ideologia que prega o parasitismo estatal e retira das pessoas a liberdade, Cuba continua sendo uma ilha-prisão, com suas classes sociais distintas, a Nomenklatura, os empregados públicos e fiscais de quarteirão, com acesso privilegiado às praias, shoppings, prostituição, usw. destinadas ao turismo internacional e o povão em sua miséria e falta de perspectiva. Isso sem contar que continua a servir de inspiração para os idiotas latino-americanos que não a conhecem direito.

As minhas contas estão atrasadas, os impostos me escravizaram, somente em maio deste ano estarei trabalhando para mim e minha família e nossa qualidade de vida, antes disso estou escravo, pois 40% do meu rendimento é para pagar impostos que não me retornarão em serviços ou bens públicos de qualidade.

"O brasileiro acredita ingenuamente que os "políticos de plantão" resolverão seus problemas, transferindo a eles suas responsabilidades e autoridade. Esquecem que estes, devido ao modo de se fazer política no Brasil, defenderão seus interesses e de seus pares e raramente servirão aos interesses de seus eleitores ou seguirão os princípios e valores de seus partidos." (Gerhard Erich Boehme)

Nota: Este texto pode ser livremente reproduzido.

Um comentário:

  1. Gente, não duvido que em 2015 as coisas sejam mais ou menos nessa linha mesmo nao...

    ResponderExcluir